Thiago, Thiago Florêncio e Saboia
05 Março 2007
a nuvem agarra-se ao céu
como a garça ao vôo
como o pouso do sol no horizonte
agarra-se aos meus sonhos
ou o amor ao suor
agarram-se meus dentes
ao seu cheiro
como agarra-se a mão aberta
sem garras
ao vento forte
eu
procuro sempre agarrar-me ao
que escorre
e nunca fica
feito o mar espumante de esperma
agarra-se à menstruação da lua em eclipse
eu agarro-me errante
àquilo que nunca se abraça
o tempo instante
feito a careca deslizante do mar
sem cabelos pra se agarrar
pois justamente
agarrar o mar
é o ofício mais fascinante
como deslizar distraído e escorregadio
entre
o atrito convulsivo
da multidão em rush
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02 Dezembro 2006
para arrancar o coração do poste
para arrancar o coração do poste