Rilke
Já te despedes de mim, Hora.
Teu golpe de asa é meu açoite.
Só. da boca o que eu faço agora?
Que faço do dia, que faço da noite?
Sem paz, sem amor, sem teto,
caminho pela vida afora.
Tudo aquilo em que ponho afeto
fica mais rico e me devora.
R. M. Rilke - Tradç: Augusto de Campos
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Com ele:
Então me devora noite e dia e
madrugadas afora sem que eu
escolha os talheres de prata ou
mão. Sem que eu chore lamento
ou sorriso, só constatação. Assim,
os goles de vinho ainda manterão
o bem-estar sem orientar a vida.
Maristela Trindade
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