Tuesday, October 17, 2006

Poeta fora da gaveta



Linda flor das Varandas de Botafogo,
que sol misterioso,
hoje,
atravessou as venezianas que lhe protegem a retina?
Como me envias uma pedra-poema diamante,
meticulosamente,
lapidada,
por mãos de ourives sábios,
cultivadores de saberes milenares e ocultos?
Sim,
guardarei no meu mais bem protegido cofre,
a sua jóia e seu esmero em criá-la.
É o mesmo cofre onde estão depositados nossos sonhos,
utopias e orações secretas,
a primeira fralda,
a mamadeira e a colher do primeiro mingau.
É um cofre de espelhos,
onde sempre nos achamos quando nos perdemos
e, temos muito bem-guardadas,
todas as regras dos jogos de esconde-esconde existentes.
É alí,
no mais recôndito esconderijo do coração,
nas recâmaras onde só filhos e amores entram,
que ficam bem dobradinhos os poemas,
até que um dia,
eles exijam vozes e apresentações.


TEXTO DE JOÃO LUÍZ-
Poeta e Assessor de Cultura da UNIVERSO.
Pintura de Alexandre Novis

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